Em Genebra, onde participa do Codex Alimentarius, o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eumar Novacki, disse que a venda de carnes brasileiras (bovina, suína e de aves) ao mercado externo deve crescer 3% este ano. Missões internacionais, que foram intensificadas nos últimos meses, têm servido para consolidar e ampliar negócios nos mercados consumidores, explicou.
Durante as reuniões bilaterais que participou em Genebra, o secretário-executivo do Mapa fez questão de ressaltar as providências adotadas para assegurar a qualidade dos produtos produzidos no Brasil. Como exemplo citou a modernização dos procedimentos relacionados à produção de proteína animal e também a legislação do setor, como aconteceu com o Riispoa (Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem AnimaI), que foi atualizado em março passado.
Outro aspecto destacado pelo secretário-executivo, foi a criação do programa de compliance do ministério, visando aumentar o controle sobre os procedimentos internos e a relação dos fiscais com os produtores. Novacki disse ainda que a intenção do Mapa é estimular as empresas do setor a criarem suas regras de compliance.
Novacki disse que "o Agronegócio é setor prioritário da economia brasileira do país e um dos protagonistas no comercio internacional, com potencial de crescimento”. O secretário reiterou a meta de atingir 10% de participação no mercado global em cinco anos. “É ousada, mas possível”, frisou. Hoje, o Brasil tem quase 7% da fatia do mercado de produtos agropecuários do mundo.
O secretário tem participado, durante esta viagem, de encontros bilaterais com representantes dos principais parceiros comerciais e de organismos internacionais para falar sobre a qualidade e segurança dos alimentos produzidos no Brasil. Novacki também quer reforçar o apoio à candidatura do brasileiro Guilherme Costa, coordenador de Assuntos Multilaterais da Secretaria de Relações Internacionais do Mapa à presidência do Codex.
O Codex Alimentarius é entidade vinculada à FAO (Organizacão das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentacão), que trata dos padrões, diretrizes e recomendações para a segurança, qualidade e comércio leal de alimentos entre os 188 países membros. A elaboração de normas que reflitam o desenvolvimento tecnológico do setor de alimentos – decisivas à inocuidade dos produtos – e que facilitem o comércio justo, sem barreiras sanitárias, é defendida pelo brasileiro. É a primeira vez que o Brasil concorre ao cargo.
Para Novacki, "a presidência do Codex é uma grande oportunidade para que o Brasil busque uma participação mais efetiva nas organizações internacionais que lidam com o setor agropecuário", afirmou. O secretário teve encontro com o representante permanente da União Europeia junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), Paolo Garzotti, e visitou o diretor-geral da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo.
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